7 de ago. de 2009

João, o pescador que virou escritor


Alguns comentaristas de profundo conhecimento bíblico abordam a autoria do quarto Evangelho com bastante propriedade como podemos ver em alguns textos abaixo reproduzidos:

"Conquanto existiam diversos documentos antigos, tanto dentro do cristianismo histórico quanto dentro do gnosticismo, que aludem ao quarto Evangelho ou citam-no, o primeiro escritor a fazer claras citações do quarto Evangelho e atribuir a obra a João é Teófilo de Antioquia (cerca de 81 d.C.). Mas, já antes dessa data vários escritores, inclusive Taciano (um aluno de Justino Mártir), Cláudio Apolinário (bispo de hierápolis) e Atenágoro, fazem claras citações do quarto Evangelho, tratando-o como fonte com autoridade. Isso nos faz retroceder a Policarpo e Papias, sobre os quais basicamente de Irineu (final do século II) e Eusébio, o historiador da ireja primitiva (século IV). Policarpo foi martirizado em 156, com idade de 86. Não há, afirmações de que ele se relacionou com os apóstolos na Ásia (João, André, Filipe) e de que aqueles que foram testemunhas oculares e ministros do Senhor lhe confiaram a supervisão da Igreja em Esmirna".

Irineu conheceu pessoalmente Policarpo, e é por meio de Policarpo que temos as mais importantes informações a respeito do quarto Evangelho. Escrevendo a Floriano, Irineu aponta:

"Recordo-me dos acontecimentos daqueles dias com mais clareza do que daqueles que têm ocorrido recentemente, pois aquilo que junto com a alma fica unido a ela, de modo que posso falar até mesmo do lugar em que o abençoado Policarpo se sentava para os debates, como entrava e como saía, o caráter da sua vida, a aparência do seu corpo, a mensagem que pregava ao povo, como contava suas conversas com João e os outros que haviam visto o Senhor, como se lembrava das palavras deles, quais eram as coisas concernentes ao Senhor que ouvira deles, e como Policarpo havia recebido isso da parte das testemunhas oculares da palavra da vida e relatou todas as coisas de conformidade com as Escrituras"

Não só Irineu como Clemente de Alexandria e Tertuliano fornecem sólidas evidências do século II em favor da convicção de que o apóstolo João escreveu este Evangelho. De acordo com Eusébio, Clemente escreveu:

"Mas aquele João, por último, cônscio de que os fatos exteriores foram expostos nos Evangelhos, foi instado por seus discípulos e, divinamente movido pelo Espírito, escreveu um Evangelho espiritual".

Bibliografia: Capacitação Cristã - Novo Testamento. Ed. JUERP

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