Por: Daniel Clós Cesar.
Do blog: Anotações de Um Cristão
Eu gosto de ir à livraria evangélica. Ou pelo menos gostava.
Moro em Porto Alegre, que apesar de ser uma capital é relativamente "fraca" neste tipo de serviço. Não que não tenhamos muitas livrarias evangélicas, mas sim pelo fato de ou serem denominacionais ou shoppings da carnalidade gospel.
Lembro-me ainda quando era criança e ia com minha irmã mais velha à única livraria portoalegrense. Lá encontrava-se basicamente: LPs da gravadora Som e Louvores, livros da Cpad e Juerp e material de apoio a professores de escola dominical produzidos pela Apec; uns três ou quatro "tipos" de Bíblia que podiam ser classificadas em: com harpa ou sem harpa, com fecho ou sem fecho, borda vermelha ou borda dourada, capa macia ou capa dura, corrigida ou revisada. Não tinha muito mais que isso. Talvez os marcadores de Bíblia do Smilingüido (que com o novo acordo ortográfico tornou-se Smilinguido).
Era o Centro de Literatura Cristã, a mesma livraria que em 1993 suspendeu a venda dos produtos da igreja Voz da Verdade até que ela se explicasse sobre seus louvores a deuses estranhos e a disseminação da heresia unicista (clique aqui para ler matéria). Os preços não eram módicos, em parte, porque a procura era bastante reduzida, a ponto de uma única livraria ser "suficiente" para uma cidade com quase 1 milhão de habitantes à época.
Em apenas 15 anos o mercado editorial e fonográfico cristão tornou-se uma máquina de quinquilharias "cristianizadas". Apenas uma seção de autoajuda hoje é maior que toda uma livraria do início dos anos de 1990. Aliás, hoje as livrarias precisam organizar por setores seus produtos para que ninguém se "perca". Autoajuda, guerra espiritual, relacionamentos, esoterismo gospel e guias de prosperidade ocupam as primeiras e mais frondosas estantes. Estudos sistemáticos da Bíblia, dicionários, concordâncias e clássicos da literatura cristã encontram-se em algum canto pouco acessível e sem indicação, quem sabe, apenas por encomenda você conseguirá um livro escrito por Charles Spurgeon ou mesmo John MacArthur.
Também é possível comprar roupas com estampas sem sentido (como uma asa delta sobre o Cristo Redentor) acompanhada de versículos descontextualizados e frases que vão desde: a tampa da chaleira vai voar a eu sou um vencedor. Elas não dizem absolutamente nada, mas crentes as usam pois assim podem "dizer" ao mundo que são "filhos do rei". Tornou-se bastante comum também, a seção que denomino amuletos de vitupério. Shofar, talit, réplicas da arca, do menorá e do templo, alguns devidamente acompanhados de manuais de utilização, tudo para tornar o ambiente mais parecido com um flora (nome dado às lojas de produtos para religião afro aqui em Porto Alegre) do que com um lugar onde você poderia adquirir produtos que edificariam sua vida ao invés de destruí-la.
Quem sabe você pense que estou sendo deveras exagerado. No entanto, se olharmos para o mercado criado em torno da cultura consumista evangélica brasileira, veremos que ela não tem critério algum para seus produtos senão o de "fazer dinheiro". É possível inclusive ler em sites de editoras e gravadoras evangélicas a seguinte frase: Venda produtos cristãos e ganhe dinheiro edificando vidas. Não é uma frase inventada por mim, eu realmente li isso enquanto produzia este texto. Enoja, mas é assim que se comportam e pensam os marqueteiros dessas máquinas deturpadoras do Evangelho da Cruz.
Que isso que estamos vivendo? Como isso se encaixa no Evangelho de Cristo? Tempo de perseverança dos Santos ou de apostasia? Tempo de fartura ou de sequidão?
As livrarias evangélicas (em sua grande maioria), assemelham-se ao templo nos dias de Jesus. Vende-se todo tipo de "sacrifício" pronto para um povo tolo, incauto e sedento de coisas materiais que lhes aproximem do sagrado, pois lhes falta Fé. Não entraria Jesus hoje em uma livraria derrubando todas aquelas estantes com livros de autoajuda onde a Palavra é usada apenas para decorar as páginas? Não destruíria os manuais de libertação, guerra espiritual e quebra de maldições onde a Soberania de Deus é deixada de lado para uma participação ativa e auto-governada do homem no seu processo de "santificação"?
Quanto a apatia dos cristãos frente a essa "revolução" midiática dentro da igreja só consigo pensar em uma Palavra para tudo isso:
Do blog: Anotações de Um Cristão
Eu gosto de ir à livraria evangélica. Ou pelo menos gostava.
Moro em Porto Alegre, que apesar de ser uma capital é relativamente "fraca" neste tipo de serviço. Não que não tenhamos muitas livrarias evangélicas, mas sim pelo fato de ou serem denominacionais ou shoppings da carnalidade gospel.
Lembro-me ainda quando era criança e ia com minha irmã mais velha à única livraria portoalegrense. Lá encontrava-se basicamente: LPs da gravadora Som e Louvores, livros da Cpad e Juerp e material de apoio a professores de escola dominical produzidos pela Apec; uns três ou quatro "tipos" de Bíblia que podiam ser classificadas em: com harpa ou sem harpa, com fecho ou sem fecho, borda vermelha ou borda dourada, capa macia ou capa dura, corrigida ou revisada. Não tinha muito mais que isso. Talvez os marcadores de Bíblia do Smilingüido (que com o novo acordo ortográfico tornou-se Smilinguido).
Era o Centro de Literatura Cristã, a mesma livraria que em 1993 suspendeu a venda dos produtos da igreja Voz da Verdade até que ela se explicasse sobre seus louvores a deuses estranhos e a disseminação da heresia unicista (clique aqui para ler matéria). Os preços não eram módicos, em parte, porque a procura era bastante reduzida, a ponto de uma única livraria ser "suficiente" para uma cidade com quase 1 milhão de habitantes à época.
Em apenas 15 anos o mercado editorial e fonográfico cristão tornou-se uma máquina de quinquilharias "cristianizadas". Apenas uma seção de autoajuda hoje é maior que toda uma livraria do início dos anos de 1990. Aliás, hoje as livrarias precisam organizar por setores seus produtos para que ninguém se "perca". Autoajuda, guerra espiritual, relacionamentos, esoterismo gospel e guias de prosperidade ocupam as primeiras e mais frondosas estantes. Estudos sistemáticos da Bíblia, dicionários, concordâncias e clássicos da literatura cristã encontram-se em algum canto pouco acessível e sem indicação, quem sabe, apenas por encomenda você conseguirá um livro escrito por Charles Spurgeon ou mesmo John MacArthur.
Também é possível comprar roupas com estampas sem sentido (como uma asa delta sobre o Cristo Redentor) acompanhada de versículos descontextualizados e frases que vão desde: a tampa da chaleira vai voar a eu sou um vencedor. Elas não dizem absolutamente nada, mas crentes as usam pois assim podem "dizer" ao mundo que são "filhos do rei". Tornou-se bastante comum também, a seção que denomino amuletos de vitupério. Shofar, talit, réplicas da arca, do menorá e do templo, alguns devidamente acompanhados de manuais de utilização, tudo para tornar o ambiente mais parecido com um flora (nome dado às lojas de produtos para religião afro aqui em Porto Alegre) do que com um lugar onde você poderia adquirir produtos que edificariam sua vida ao invés de destruí-la.
Quem sabe você pense que estou sendo deveras exagerado. No entanto, se olharmos para o mercado criado em torno da cultura consumista evangélica brasileira, veremos que ela não tem critério algum para seus produtos senão o de "fazer dinheiro". É possível inclusive ler em sites de editoras e gravadoras evangélicas a seguinte frase: Venda produtos cristãos e ganhe dinheiro edificando vidas. Não é uma frase inventada por mim, eu realmente li isso enquanto produzia este texto. Enoja, mas é assim que se comportam e pensam os marqueteiros dessas máquinas deturpadoras do Evangelho da Cruz.
Que isso que estamos vivendo? Como isso se encaixa no Evangelho de Cristo? Tempo de perseverança dos Santos ou de apostasia? Tempo de fartura ou de sequidão?
As livrarias evangélicas (em sua grande maioria), assemelham-se ao templo nos dias de Jesus. Vende-se todo tipo de "sacrifício" pronto para um povo tolo, incauto e sedento de coisas materiais que lhes aproximem do sagrado, pois lhes falta Fé. Não entraria Jesus hoje em uma livraria derrubando todas aquelas estantes com livros de autoajuda onde a Palavra é usada apenas para decorar as páginas? Não destruíria os manuais de libertação, guerra espiritual e quebra de maldições onde a Soberania de Deus é deixada de lado para uma participação ativa e auto-governada do homem no seu processo de "santificação"?
Quanto a apatia dos cristãos frente a essa "revolução" midiática dentro da igreja só consigo pensar em uma Palavra para tudo isso:
"Cegou-lhes os olhos, e endureceu-lhes o coração, A fim de que não vejam com os olhos, e compreendam no coração, E se convertam, E eu os cure." (Jo 12.40).
4 Comentários:
Já modifiquei o seu endereço, e continuo ligado em seu blog.
Abraços,
Valdemir Santos
@Pb. Valdemir e Carol Obrigado!
Deus lhe Abençoe!
Olá irmão, graça e paz.
Sinto-me honrado em tê-lo seguindo o meu humilde e singelo blog,
conto com seus comentários e sugestões para a construção deste instrumento que almejo tão somente falar do amor, graça e misericórdia de DEUS.
Estarei a sua disposição no que eu puder lhe servir.
Seu conservo,
Iveraldo Pereira.
Caro @Iveraldo Pereira, o senhor me constrange com suas palavras. A ponto de eu desejar poder servi-lo e ser útil ao amigo. Muito obrigado por sua visita, comentário e por seguir o meu blog.
Deus lhe Abençoe!
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