
Esse arremedo de doutrina levou os fiéis a inverterem os mais caros valores de sua fé: o mais importante, agora, para milhões de filhos de Deus não é o ser; e sim: o ter. Dessa forma, as pessoas, em nossas igrejas, começaram a ser julgadas não pelo que eram, mas pelo que tinham.
Desse modo foi o patriarca Jó avaliado por seu amigo Bildade que, neste caso, representa a Teologia do Milhão.
I. Quem foi Bildade?
Não possuímos muitas informações acerca de Bildade. Limita-se a Bíblia a informar que este amigo de Jó era um suita. Certamente morava ele em Canaã, onde Suá, à semelhança de Temã, era um daqueles pequenos reinos ali estabelecidos.
No livro de Jó, temos três discursos de Bildade, que se encontram nos capítulos 8, 18 e 25.
II. A Teologia da Prosperidade
1. O que é a Teologia da Prosperidade.
É a doutrina, segundo a qual o crente, por ser filho de Deus, jamais passará por agruras financeiras, pois foi ele destinado a viver de maneira regaladamente pródiga, sem ter de se denfrontar com as carências materiais comuns a todos os seres humanos.

2. A doutrina de Bildade.
Como predecessor da Teologia da Prosperidade, acreditava Bildade que, se Jó estava sofrendo e já nada possuía, era porque pecara contra o Senhor. Pois somente são atribulados aqueles que desobedecem a Deus. Logo: os que o obedecem, acham-se em larguezas e profusões.
A fim de fundamentar a sua doutrina, evoca Bildade o testemunho dos antigos: "Porque, eu te peço, pergunta agora às gerações passadas e prepara-te para a inquirição de seus pais. porque nós sabemos; porquanto nossos dias sobre a terra são como a sombra" (Jó 8.8,9).
3. A falácia de Bildade.
Quão falacioso e sofístico era Bildade! Além de brincar com as palavras e jogar com raciocínios aparentemente válidos, ousa invocar até o depoimento dos antigos. Não agem assim os modernos proponentes da Teologia do Milhão? Na defesa deste aleijão doutrinário, torcem as Sagradas Escrituras, brincam com a verdade, fazem uso de subterfúgios lógicos e até citam, fora de seu contexto, o testemunho dos antepassados (2Pe 3.16).
III. As Contradições da Teologia da Prosperidade

1. A Prosperidade Material.
De acordo com a História Sagrada, os ímpios vêm se prosperando materialmente muito mais do que os justos (Sl 73.1-10). O que dizer da civilização inaugurada pelo homicida Caim? A cidade por ele fundada era, tecnologicamente, avançadíssima (Gn 4.17-22). Enquanto isso, nem notícia temos do progresso alcançado pelos filhos do piedoso Sete. Que riquezas lograga Enoque? Ou Noé? Ou ainda Sem? Enquanto isso, iam os descendentes do indecoroso e irreverente Cão fundando grandes impérios: Líbia, Egito, Etiópia e os domínios de Canaã (Gn 10.1-20).
2. As Provações dos Justos.
A História Sagrada, no registro dos fatos que ocorreram após a era de Bildade, fala de alguns homens que, apesar de sua comprovada e singular piedade, foram submetidos às piores agruras. Se Abraão, Isaque e Jacó foram abençoados com grandes riquezas, José foi vendido como escravo, e como escravo viu-se constrangido às mais inumanas humilhações (Gn 37.26-36). Elias, Amós e Lázaro vivenciaram necessidades básicas. O primeiro viu-se na contingência de nutrir-se do que lhe traziam os corvos (1Rs 17.5-7). O segundo, como boieiro, alimentava-se de sicômoros (Am 7.14) E o terceiro, além da extrema pobreza, fora coberto por uma terrível chaga; e, assim, abandonado por todos, comia das migalhas que caíam da mesa do rico (Lc 16.20-25).
3. A Evidência de Uma Vida Piedosa.
Não quero, com isso, ressaltar a pobreza como evidência de uma vida plena de Deus, como não o é também a riqueza. Pois, se nas Escrituras Sagradas há ricos piedosos, há também pobres incrédulos e nada tementes a Deus.
Temos de agir com equilíbrio e discernimento, pois os extremismos teológicos, quer à esquerda quer à direita da Bíblia, são nocivos. Logo: que niguém seja julgado pelo que tem, mas pelo que é (Mt 5.16; 1Tm 5.25; Tg 1.26,27). Quer Deus nos conceda riquezas, quer nos deixe experimentar necessidades, tenhamos sempre em mente que Ele é Soberano e, como tal, sabe tratar com seus filhos (Jr 18.1-16). Habacuque e Paulo sabiam viver na abundância, e não se pertubavam na privação (Hb 3.17-19; Fp 4.10-13).
IV. A Justa Porção de Agur
A Teologia da Prosperidade é diabolicamente perversa e mentirosa, porque induz os filhos de Deus a buscar a riqueza, por concluírem ser esta tão importante quanto a salvação. Alerta Paulo, contudo, que, os que porfiam por serem ricos, cairão em muitas ciladas (1Tm 6.9). O mesmo apóstolo ainda alerta ser o amor ao dinheiro a raiz de todos os males (1Tm 6.10).
1. A Teologia da Miséria.
Não queremos urdir uma teologia da miséria, como se esta fosse suficiente para conduzir-nos aos céus. Se o fizermos, cairemos nas mesmas heresias daqueles monges que, supunham ter já conseguido a riqueza celeste. Assim como há ricos piedosos, e Jó, entre todos os ricos, pontificava por sua singular integridade, há também pobres ímpios e inimigos de Deus - e não são poucos!
2. A Porção de Agur.
Como buscar este equilibrio? O encontraremos na petição que, certa vez, um homem cahamado Agur endereçou a Deus: "Duas coisas te pedi; não mas negues, antes que morra: afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção acostumada; para que, porventura, de farto te não negue e diga: Quem é o Senhor? Ou que, empobrecendo, venha a furtar e lance mão do nome de Deus" (Pv 30.7-9).
Noutras palavras, rogava Agur ao Senhor o pão nosso de cada dia (Mt 6.11).
Atentemos também a esta recomendação do Senhor Jesus em Mateus 6.25.
E vejamos ainda o que diz o apóstolo Paulo em 1Tm 6.7,9.
Fonte: Revista, Lições Bíblicas - Jovens e Adultos. 1° Trimestre de 2003 - CPAD
5 Comentários:
Muito bacsana este blog vou voltar sempre. forte braço!
Papodecrente.com, muito obrigado pelo incentivo. Também gostei do seu blog e já estou seguindo.
Seja bem vindo sempre!
Deus lhe Abençoe!
Essa teologia da prosperidade me dá nojo; e o pior: quando liga-se a televisão buscando assitir a uma pregação da Palavra so se vê isto!
:P
Pr Ednei Alves, Bahia
É Pr. Ednei, estamos no fim dos tempos, e a tendência é piorar cada vez mais. Só nos resta esperar n'Aquele que virá e não tardará.
Deus lhe Abençoe!
Apesar de neófito no Evangelho Sagrado, já tive o desprazer de ver e conhecer esta maldita "teoria da prosperidade", que está infelizmente arregimentando almas para o obscurismo e pecado.
Infelizmente o sistema mundano está presente e a cada dia se disseminando como se fora um virus no meio Evangélico/Religioso.
Quem entre nós ainda não teve o desprazer de ver nos meios de comunicação e até nas igrejas, pregadores dando shows oferecendo viagens a Israel, vendendo bungigangas como lenços brancos, terra santa de Jeruzalém, Pedras do rio Nilo, rosas vermelhas, chegando ao cúmulo de montar fogueira santa dentro do templo,(SEM CONTAR QUE É MUITO CARO A PARTICIPAÇÃO NESSES ENGODOS OFERECIDOS PELOS TAIS).
A nossa preocupação a meu ver deveria ser com a pregação do Evangelho Sagrado,para salvar ALMAS e não ficar ligado simplesmente em riquezas e prosperidade com intuíto tão somente de faturar, afinal o NOSSO DEUS NÃO É, E NEM FAZ BARGANHA.!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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